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Dud@: “A literatura fantástica faz-me sonhar”

21 de Janeiro de 2016

Dud@ é o nome artístico da jovem autora de Sines que, no dia 23 de janeiro, às 16h00, lança na Biblioteca Municipal o seu segundo livro, “Elfanos – O Legado”. Escrito no género fantasia, está pensado para ser uma série de pelo menos quatro livros e é, assume, um trabalho mais ambicioso do que o seu primeiro livro, “Campus Thomas”, lançado em 2013. Nesta pequena entrevista introduz-se ao universo de “Elfanos” e aconselha os mais jovens a não seguirem conselhos sobre o que devem ler.

P: "Elfanos - O Legado", o livro que vai apresentar no sábado, foi escrito no género fantasia, que nos últimos anos tem vindo a ganhar cada vez mais público (o sucesso da série "Guerra dos Tronos" é um exemplo). Dê-nos a sua visão sobre o que torna este universo tão estimulante para autores e leitores.

R: No meu caso, é o facto de conseguir, e poder, fazer o que eu quiser; de sonhar ao máximo; de não ser o meu dia-a-dia. Ler faz-me quebrar a rotina e esquecer coisas menos boas da vida, mas literatura fantástica faz-me sonhar e mexe-me com a imaginação.

Publicou o primeiro livro, "Campus Thomas", em 2013. Quais as principais diferenças no processo de escrita e no resultado final de "Campus Thomas" e "Elfanos"?

Os livros não têm comparação. “Campus Thomas” é um romance simples: linguagem simples, planos de história simples, rápida escrita. “Elfanos” é literatura fantástica que, embora a linguagem continue acessível, não pode ter planos de história numa folha e ser escrito num mês, como aconteceu com o “Campus Thomas”. Para construir a história para “Elfanos” foi preciso, e ainda é, mais horas.

Diria que o seu público é sobretudo um público juvenil? O que responde a quem diz que os jovens gostam cada vez menos de ler e que o livro exige um nível de disponibilidade que a geração da internet já não é capaz de ter?

Não, o meu público pode ser qualquer pessoa, desde que saiba ler, claro. Em relação aos jovens não lerem, concordo e penso que o problema é eles lerem coisas que lhes aconselham. Ninguém gosta das mesmas coisas e, claro que há exceções, as pessoas devem pesquisar por elas o que lhes dá vontade de ler; não pegar num livro porque alguém lhe disse que era bom ou que devia tentar ler. Coisas ou situações “impostas”, normalmente, não dão bom resultado.

Faça-nos uma pequena introdução ao mundo e às personagens que os leitores poderão encontrar em "Elfanos".

Posso dizer que quis que o mundo de “Elfanos” tivesse o melhor dos dois mundos – a cidade moderna e o campo conservador. Devia ser um lugar mágico e encantador mas não será, de todo, assim.

Tenho vários tipos de personagens: umas divertidas porque estão sempre metidas em sarilhos, outras resmungonas porque nunca concordam com nada, outras irritantes porque não sabem como lidar com as situações, outras que parecem e pensam que são normais mas não o são nem um pouco. A única coisa que todas elas têm em comum é que nem imaginam o que vem aí. E não sei quantas vão aguentar.

Foto (c) nunobaptista.com